Aberta ao público, cerimônia de premiação começa às 20h, precedida pela tradicional roda de conversa e com transmissão pela TV PUC-SP
A cerimônia de entrega do 47º Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos (PVH) será no próximo dia 27 de outubro, segunda-feira, às 20h, no Tucarena, em São Paulo. O evento, gratuito e aberto ao público, acontece após a 14ª Roda de Conversa com os vencedores, das 14h às 17h. Trata-se de iniciativa pioneira na história de um concurso jornalístico no Brasil.
Neste ano, o Prêmio Herzog recebeu 485 inscrições, das quais 168 em texto; 58 em vídeo; 26 em áudio; 39 em multimídia; 40 em fotografia, 18 em arte e 168 em livro-reportagem. Para marcar os 50 anos do assassinato de Vlado, patrono do certame, os organizadores instituíram uma nova categoria de premiação - Defesa da Democracia. O objetivo é destacar pautas sobre a política nacional, ataques ao Estado Democrático de Direito e formas com que as instituições brasileiras, em todas as esferas, estão atuando na defesa de nossa Democracia. Foram 120 produções jornalísticas inscritas.
Um grupo de 58 convidados integrou o Júri responsável por selecionar os finalistas. Em Sessão Pública de Julgamento realizada no último dia 7 de outubro, a Comissão Organizadora elegeu os vencedores nas oito categorias de premiação. Confira as produções premiadas.
Prêmio Especial Vladimir Herzog 2025
Uma das mais respeitadas jornalistas e documentaristas do Brasil, Dorrit Harazim, e um dos principais defensores da democracia e dos direitos humanos, Dom Angélico Sândalo Bernardino (in memoriam), serão os homenageados com as premiações especiais desta 47ª edição.
Para a comissão organizadora, ambos são vozes que fazem ecoar os princípios de solidariedade e respeito humano - tanto por meio do jornalismo praticado por Dorrit quanto pela defesa intransigente da vida em comunhão do povo brasileiro, como pregava Dom Angélico.

Dorrit Harazim
Com passagens pelos principais veículos de comunicação do país, Dorrit iniciou no jornalismo em 1966, como pesquisadora da revista semanal francesa L’Express, em Paris. Trabalhou na revista Veja, foi repórter, editora de Internacional, redatora-chefe, editora especial e chefe do escritório da editora Abril em Nova York. Possui quatro Prêmios Esso e foi a primeira brasileira a receber o Prêmio Gabriel García Márquez de Jornalismo, na categoria Excelência. Foi co-fundadora, em 2006, da revista piauí, na qual atuou como editora até 2012, e é colunista de Opinião do jornal O Globo desde 2010. Biografia produzida para o projeto Inspiração, da Abraji, mostra como Dorrit ainda faz história no jornalismo brasileiro.
Dom Angélico Bernardino (in memoriam)
O Bispo Emérito de Blumenau (SC) era jornalista diplomado e atuou como diretor do semanário O São Paulo, da Arquidiocese de Dom Paulo Evaristo Arns. Foi um dos principais representantes do setor progressista da Igreja durante a ditadura militar, com trajetória marcada por momentos históricos da luta por direitos humanos no Brasil, como os assassinatos sob tortura de Vladimir Herzog (1975) e Manoel Fiel Filho (1976), a execução do metalúrgico Santo Dias (1979) e a descoberta da vala clandestina de Perus (1990). Dom Angélico morreu em 15 de abril de 2025, aos 92 anos. O portal Memórias da Ditadura, organizado pelo Instituto Vladimir Herzog, registra as vários lutas do “bispo que gritava junto com o povo”.
14ª Roda de Conversa com os ganhadores
Fruto da parceria do Prêmio com o Projeto Repórter do Futuro, da OBORÉ, o propósito da Roda de Conversa é incentivar a troca de experiências e compartilhar os bastidores das matérias premiadas. Tudo é organizado para colocar à disposição de estudantes e estudiosos do jornalismo o conhecimento sobre métodos e procedimentos que estão “por baixo” de algumas das reportagens reconhecidas como das mais importantes da imprensa brasileira.
As Rodas acontecem no Tucarena, com transmissão ao vivo pela TVPUC-SP. Desde a 1ª edição, em 2012, são coordenadas por Sergio Gomes (OBORÉ / Instituto Vladimir Hergog), Angelina Nunes (Abraji) e Aldo Quiroga (PUC-SP). Veja todas as edições aqui. Neste ano, o evento conta com o apoio da Jornalismo Jr (ECA/USP), Sindicato do Professores de São Paulo (SinproSP) e Federação dos Professores no Estado de São Paulo (Fepesp).
Comissão organizadora e promotora
A premiação é organizada pelo Instituto Prêmio Vladimir Herzog (IPVH), associação civil de direito privado, sem fins lucrativos ou político-partidários, fundada em novembro de 2022, em São Paulo.
A entidade reúne 18 instituições da sociedade civil, além da família Herzog: Associação Brasileira de Imprensa (ABI); Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (ABRAJI); Artigo 19; Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo; Conectas Direitos Humanos; Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP); Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ); Geledés; Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB Nacional); Instituto Vladimir Herzog, Instituto Socioambiental (ISA); Ordem dos Advogados do Brasil – Secção São Paulo; Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo; Coletivo Periferia em Movimento; Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo; Sociedade Brasileira dos Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom), SBPJor – Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo e União Brasileira de Escritores (UBE).
O 47º Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos tem o patrocínio da Petrobras e do Governo Federal por meio da Lei de Incentivo à Cultura. Nesta edição, um arco de alianças formado pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUCSP), Teatro da PUC, TV PUC, OBORÉ, Pryzant Design e CDI atua como parceiros institucionais. A curadoria é da jornalista e pesquisadora Ana Luisa Zaniboni Gomes.
Desde a sua primeira edição, concedida em 1979, o Prêmio celebra a vida e obra do jornalista Vladimir Herzog, torturado e assassinado pela ditadura civil-militar no dia 25 de outubro de 1975 nas dependências do DOI-CODI (Destacamento de Operações de Informações do Centro de Operações de Defesa Interna), em São Paulo.
Serviço
47º Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos
- 27 de outubro, segunda-feira, no Tucarena (PUCSP) – Rua Bartira, 347 - Perdizes: solenidade de premiação, das 20h às 22h, precedida da Roda de Conversa com os ganhadores, das 14h às 17h.
- 26 de outubro, domingo, às 11h, na Praça Memorial Vladimir Herzog - Rua Santo Antônio, 33, Bela Vista, atrás da Câmara Municipal de São Paulo, ao lado do Terminal Bandeira: inauguração do Calçadão do Reconhecimento – aplicação de 1.625 tijolos nos quais estarão gravados o nome de cada um dos vencedores do PVH ao longo de suas 47 edições. Nesta primeira fase, os tijolos aplicados fazem referência aos 52 jornalistas homenageados com o Prêmio Especial. Conheça os nomes aqui.
- 25 de outubro, sábado, 19h, na Catedral da Sé: Ato interreligioso em memória de Vlado e de todas as vítimas da ditadura.
Atividades são públicas e gratuitas, sem necessidade de apresentação de convite.