Liderada pelo povo Juruna/Yudjá, a Canoada Xingu é uma expedição de 110km a remo pela Volta Grande do Xingu e acontece entre os dias 22 e 27 de novembro
A Canoada Xingu é uma experiência única de imersão na Amazônia, um mergulho profundo na natureza, na cultura e na realidade socioambiental de uma das regiões mais emblemáticas e ameaçadas da Amazônia, em um ano crucial para o futuro do Brasil e do planeta.
A expedição é liderada pelo povo Juruna/Yudjá, canoeiros ancestrais do Xingu, em parceria com o Instituto Socioambiental (ISA) e a Mazô Maná, com apoio do Fundo Amazônia e da Amazon Watch.
A primeira edição da Canoada aconteceu em 2014 como ato de defesa do Rio Xingu que passou a ser ameaçado pela construção e operação da Usina Hidrelétrica de Belo Monte. Foi também um ato de resistência para chamar a atenção do mundo para os impactos de Belo Monte sobre rios, florestas e o modo de vida dos povos da Volta Grande do Xingu.
Hoje, a Canoada Xingu reforça o vínculo histórico e cultural com o rio e a identidade Juruna/Yudjá. Também mobiliza toda a comunidade em torno de uma atividade de turismo comunitário que faz frente ao desmatamento e à degradação, e que permite expressar a história de luta do povo pela vida em seu território ancestral.
A Canoada Xingu
A jornada acontece de 22 a 27 de novembro de 2025 na Volta Grande do Xingu, no Pará. A expedição parte de Altamira, município que mais emite gases do efeito estufa no Brasil, e percorre aproximadamente 110km a remo pelo Rio Xingu em direção à Terra Indígena Paquiçamba. Os viajantes remam em canoas tradicionais de madeira, conduzidos por experientes guias Juruna/Yudjá, testemunham as transformações causada por Belo Monte, conhecem as ameaças de Belo Sun, o novo projeto de mineração que pretende se instalar na região, vivenciam a biodiversidade única da Volta Grande e visitam aldeias e lugares sagrados da cultura Juruna/Yudjá, como a cachoeira do Jericoá, que é o símbolo do surgimento do mundo em sua mitologia.
Agenda da Canoada
● Dia 1: Chegada dos participantes e deslocamento para o Retiro Betânia, onde acontece uma reunião com os guias da Canoada, instruções sobre os protocolos de segurança e organização final de equipamentos.
● Dia 2: Início da Canoada. Saída de Altamira rumo à Praia do Tucum, onde acontece uma roda de conversa sobre os impactos de Belo Monte. Pernoite na Praia do Caju.
● Dia 3: O grupo rema até a Praia do Choro, na Terra Indígena Paquiçamba, onde irá pescar e participar de uma roda de conversa sobre o Território Juruna.
● Dia 4: Dia de atividades em terra. O grupo fará uma trilha até a Ilha do Zé Maria e depois participará de atividades de mergulho e observação de peixes, além de assistir a apresentações culturais. O pernoite, novamente, acontece na Praia do Choro.
● Dia 5: A Canoada segue para Jericoá com paradas para banho de rio e conversas.
● Dia 6: O dia começa com visita à cachoeira do Jericoá. No horário do almoço, há a opção de retornar à Altamira em uma viagem de carro que leva cerca de duas horas. Para quem ficar, há a opção de visitar a cachoeira do Camaleão e pernoitar em Jericoá.
● Dia 7: Após o café da manhã, o grupo parte para Altamira em uma viagem de carro que leva cerca de duas horas.
Observações: Pernoites são feitos em barracas nas praias ou em redes com mosquiteiros. Os participantes são responsáveis por levar seus equipamentos pessoais como, redes, mosquiteiros e barracas.

Sobre os Juruna/Yudjá
Os Juruna/Yudjá são o povo canoeiro da Volta Grande do Xingu que habita, desde tempos imemoriais, as ilhas e penínsulas do Baixo e Médio Xingu, um dos rios mais importantes da Amazônia Meridional. Há cerca de cem anos, em consequência dos ataques sofridos contra sua população por parte das frentes de expansão não-indígenas na região, os Juruna/Yudjá acabaram se dividindo em dois grupos. Uma parte do coletivo indígena, cerca de doze pessoas, permaneceu na Volta Grande do Xingu criando a Terra Indígena Paquiçamba e preservando o território ancestral. Outra parte, cerca de 150 pessoas, remaram para a região do Alto Rio Xingu e se estabeleceram no Território Indígena do Xingu, em Mato Grosso, preservando a língua e outras tradições culturais.
Desde 2011, esses dois grupos protagonizam um processo de intercâmbio e de trocas entre parentes para reforçar sua matriz cultural e suas relações de parentesco após mais de cem anos de separação, marcados pelos impactos da colonização, do ciclo da borracha, da abertura da Transamazônica e, mais recentemente, da usina de Belo Monte. A Canoada no Xingu reforça esse vínculo histórico e cultural com o rio, paisagem viva da memória passada e presente da identidade Juruna/Yudjá. Remar junto aos Juruna/Yudjá da Volta Grande é celebrar esse vínculo de luta, resistência e a história de defesa pela vida e pelas águas do Rio Xingu.
Pacotes
O pacote individual custa R$ 9.900,00 . O valor inclui hospedagem em Altamira, deslocamentos locais, refeições durante toda a jornada, guias, canoas e remos, coletes, equipe médica de apoio e registros audiovisuais. O pacote não incluí o trajeto aéreo até Altamira, no Pará, barracas, redes, mosquiteiros e itens de uso pessoal.
Para mais informações sobre valores e reservas (WhatsApp): +55 93 99129‐2846.